Bichos - 2007/14
Nesta ocupação, Bichos é dedicada ao espaço do lugar, da passagem na paisagem, uma tentativa de direcionar uma escuta, um olhar, um sentir recolhido. Como identidade e anonimato, memória e esquecimento, impermanência e permanência, questões do modo de estar no mundo e nele habitar, mesmo que em trânsitos. E é essa complexidade de relações que faz do lugar tão instigante quando passamos por ele explorando macro e micro-situações, usufruindo das relações possíveis do território.
Formado por corpos de argila, que se apresentam na terra ou brotam da terra, tem fios como tentáculos que, na sua extensão, se fixam em outras extremidades. Essa trama criada entre fios e corpos de argila é o elo entre o lugar e sua condição natural. Na superfície, em buracos ou sobre raízes e exposta ao tempo, esses corpos buscam a autorização na natureza. Realiza e se acomoda como um texto que registra a apreensão do tempo igual na paisagem. Depois dos registros os fios são retirados e o que resta é terra na terra, o tempo se encarrega de sua impermanência.
Num gesto de insistência e repetições de captura da imagem e sentidos, entre ir e vir nas ambiências, que parece reafirmar essa qualidade matérica da imagem e do lugar. Desejando aquele mesmo diálogo entre camadas e profundidades encontrada nas primeiras experiências de ocupar outros sites, na intenção de manter a memória do espaço ativado. Um espaço no qual se estabelece o mimetismo, na semelhança que certos seres vivos tomam com o meio em que habitam, ou com as espécies mais próximas protegidas. Uma busca por espelhamento na natureza, bem como o respeito ao nosso habitat Terra.




















