Como Ver a Terra - 2015
“Como ver a Terra” foi uma mostra de cerâmica a partir do encontro de quatro ceramistas divinopolitanas. As inquietações comuns a essas ceramistas foram reunidas em um mesmo espaço expositivo. O objetivo foi reconhecer e estimular a produção dessas novas ceramistas, além de promover um diálogo com a sociedade e, com isso, apresentar um recorte do que vem sendo produzido no campo da cerâmica e seus desdobramentos na cidade.
Os trabalhos apresentados foram construídos a partir de conhecimento adquirido nas aulas em atelier, resultantes ora de modo experimental, ora por investigações oriundas de reflexões sobre a matéria e o fazer – como vasilhas, flores, potes vasados, modelagens, objetos orgânicos ou não, utilizáveis ou não. Ainda que em fase de maturação já provocam sinestesias e suscitam ressonância, despertam sentidos vibrantes no olhar de quem tem o privilégio do encontro.
O desejo das ceramistas de avançar nos experimentos impera a escritura na argila, na terra, nas quais significados sem significantes evocam, pela própria estrutura do objeto, memórias, sentidos, imagens do inconsciente, numa estreita intimidade com cada universo interior. É permitido também que os visitantes possam construir suas memórias partilhando coletivamente essas lembranças, que de algum modo nos pertencem na contemporaneidade.
Desta percepção sobre a “Terra” surge o entendimento das mudanças da matéria sofrida através do fogo: a queima. O fazer e a sua materialidade tornam-se funcionais, dependentes do que acontece no processo do trabalho. Este é o processo que instiga a construção poética do grupo.
Com: Luciane Bellettato Reche, Raquel Lara, Raquel Mattiello e Olga Maria Nascimento.