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Instalação: Paisagem-impermanências - 2018
Nesta ocupação o tema paisagem se encontra nos detalhes que o olhar buscou reter. O interesse é de trazer a visibilidade dos modos e movimentos da terra, mas não sobre seu deslocamento no espaço que se dá em harmonia com o Sistema Solar. Antes, evidenciar o modo de ser pisada, de ser pó, de ser movediça; de desmoronar, deslizar, desterrar...
Narrar de seus fluxos de impermanências em virtude das aguas de chuva, dos ventos ou de seus tremores internos, alterando a cartografia das paisagens. Às vezes de forma rápida, outras sutis e graduais quase impeceptível, provocando pequenas alterações como deformidades na superficie e entortamentos de arvores.
Certamente, de quase todas suas formas e movimentos, o perigo assombra nosso olhar ao mesmo tempo que encanta visar seu deslocamento, desprendendo superficies, encharcando-se e transformando-se em lama. E depois de sobreviver a essa imprudência natural, podemos observar nos detalhes da montanha, terras escorridas e pedras mudas retidas pela ação gravitacional. Pensamos: paralizou-se neste exato momento!
Algo, como um movimento sísmico acabou de move-las. A terra escorrida, as pedras arroladas, estão incertas em seu lugar. Qualquer sopro de vento forte possibilitará seu deslocamento. Estas paisagens se transformam e evoluem para zonas de risco para os seres habitantes da terra. Brava mãe terra: abriga, alimenta, fecunda, afaga, faz nascer e enterra.
A impermanência da paisagem reside, talves, nestes detalhes do entre. Entre um aconteciemento e outro, entre um tempo e espaço retido na memória, na foto, na experiência do visível. O transito do acontecimento é da ordem do devir, dos entre-tempos que se sobrepõem. O entre-tempo, o acontecimento, é um tempo onde não se passa nada, apenas a expectativa, a reserva do olho que tudo come.
Este trabalho foi selecionado para a 24 Concorrência de Talentos de Arte Galeria da CEMIG será exibido em 2019.
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